quarta-feira, 4 de setembro de 2013

RECUPERAÇÃO DOS ENGENHOS

fonte = http://www.bangue.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=169:ruinas&catid=35:revista-eletronica&Itemid=18





Escrito por Viraldo B. Ribeiro
  
Qui, 06 de Janeiro de 2011 19:31

RECUPERAÇÃO DOS ENGENHOS

(Este Trabalho foi entregue em mãos ao Secretário do Ministério da Cultura. Consta registrado na nossa agenda de 2003, dia 08 de março: "Entregamos hoje o projeto Recuperação das Ruinas dos Engenhos do Recôncavo ao Minisstério de Cultura, na pessoa do seu Secretário Especial ... houve um intusiasmo muitissimo além da nossa expectativa.)".Apresentação

Diz-se que tudo já está por aí e que não existe nada novo no mundo, que é preciso só descobrir. Asenergias estão armazenadas nas cabeças de uns e de outros,tudo num processo, esperando a convergência dos momentos para ser.

Tudo leva a crer que estamos para dar um importante salto; sente-se no ar que a Natureza trama algo de muito bom.

Se  soubermos aproveitar este momento, com certeza um futuro mais solidário advirá.

Há não muito tempo, dois anos talvez, temo-nos permitido prazerosamente percorrer o Recôncavo, subindo e descendo ladeiras, no meio de quixabas, dentro de canaviais, pastos de gado e rios, literalmente, metendo o pé no massapê, com a finalidade de   fotografar ruínas de engenhos, capelas,  matrizes, igrejas do Brasil Colônia.

Essas construções, que já foram muitíssimas, hoje são poucas a atestar aquele passado histórico. Restam hoje, em conjunto ou separado, casa-grande, sobrado e capela; casa- grande e engenho; só casa-grande; capela ou igreja; ou apenas marcas dessas edificações.

Numa pesquisa que fizemos no Arquivo Público, nos deparamos com um Caderno, (Guia de Secção Colonial e Provincial Livro 609 pag. 57/58) com conteúdo,  na forma de relatório, elaborado por vigários no ano de 1757, tratando das Freguesias da Bahia, onde estão relacionados também os engenhos situados nas respectivas Freguesias. Já nessa época os vigários constatavam a existência de ruínas anônimas dessas oficinas de fazer açúcar.

Outras fontes, também, foram base de listagem de engenhos não citados nos relatórios dos vigários, presumindo-se terem sido edificados após aquele ano.

Esses e aqueles imóveis hoje são sedes de fazendas, alguns em bom estado, visitados, esporadicamente, por escolares ; servindo como cenário para documentários. Outros, na forma de casa-grande, capela e igrejas também dentro de fazendas ou mesmo de canaviais, em pé ou como ruínas sem qualquer perspectiva de preservação, tendem a desaparecer.

À medida que íamos-nos atolando no massapê, o amor por aquelas ruínas aumentava, era como se pedissem socorro. Aí começa o sonho de como passar tudo aquilo para o outro

Nosso sentimento é de que esta coisa tem um grande valor como um dos meios para ajudar o negro ”os não alforriados”  reencontrar-se como cidadão, nesta região onde predominamos visivelmente; tem uma importância imensa para a educação escolar “fora da sala de aula”; é importante para o turismo, para o emprego de mão de obra, para integração dos municípios. Era um sonho viabilizar isso.

Sem muita pretensão, mas cada vez gostando mais, continuamos com o pé no massapê; é uma relação de amor.

Com um bom volume de fotos, começamos a pensar em expô-las em uma pequena sala em Terra Nova, para quem quisesse apreciá-las e saber a sua história. Se é uma relação de amor, é doação, é troca,  nos incomoda não dividir, não exibir.

De repente Lula se elege Presidente do Brasil e agradavelmente nos surpreende na escolha do seu Ministro de Cultura, Gilberto Gil.

O pensamento voou, voltou a ser sonho, não cabia numa sala em Terra Nova.

Mas não era isso que esperávamos, que alguém se levantasse  em favor da preservação do que resta das ruínas dos engenhos do Recôncavo?

E se a Natureza tivesse nos escolhido para entregar a mensagem a alguém que ela também preparou para recebê-la?

E se a Natureza juntou sua própria energia à nossa, nos fez de agulha que aos poucos foi costurando esses retalhos para servir ao Recôncavo  de uma outra forma, ontem, como uma indústria primária, amanhã, como uma indústria de serviço?

Como saber que o momento é chegado? Poucos decifram estas mensagens, então o melhor que se faz é fazer, é obedecer ao impulso interior, ao pedido de socorro do interior.

Então, senhor ministro, como se diz no bom português, o fim destas é para dizer que estamos entregando, em retratos, um retrato dos Engenhos do Recôncavo, que carecem ser mantidos vivos para servir sua comunidade. 
                                        
Objetivo

O nosso sonho é não para se criar nada novo, novo no sentido de tornar essas edificações naquilo que um dia foram, e sim mantê-las vivas e sadias como estão. É dar a elas vigor.

Se forem paredes de igrejas, que sejam assim conservadas nesse estágio. Que cesse ali o grau de deterioração de uma senzala, de uma capela.

Basta construir junto uma casinha simples para abrigar objetos e registros, ou uma placa sintetizando sua história. Que fiquem próximos da comunidade os materiais, as relíquias e não sejam encaminhados, como única alternativa, para exposições e museus na Cidade Grande, mudando esta prática de privilegiar os grandes centros.

Quem sabe, alterando um pouco a forma do abrigo específico de telefone público, onde a empresa já mantém  imóvel. 

Se for uma parede, ou uma alvenaria, a mesma forma de tratamento para preservação.   

É evidente que estamos num limiar de um novo tempo, quando também os jovens dos anos sessenta e setenta estão tendo a oportunidade real para dar um novo norte, também a outra área, a área  política. Foi assim com as artes. Não tem como fugir, é a força da Natureza. Por isso esperamos que esses marcos que ainda restam no Recôncavo não sejam lembrados amanhã por outros vigários, como: aqui existiu a ruína de um engenho.

Com certeza nossos netos nos cobrarão, como hoje reclamamos, os documentos sobre a escravidão queimados para não deixar vestígio. “Uma grande parte dos documentos sobre a questão dos escravos e do tráfico foi destruída no Brasil em 1891, após a abolição ... As razões deste `ato de fé ‘ abolicionista, atribuído à iniciativa de Ruy Barbosa, então Ministro da Fazenda” Verger, Fluxo e Refluxo pág 16.   

Fontes de Apoio

O governo Lula trabalha com a hipótese de que os investimentos tenham efeito multiplicador na forma do social; de ocupação de mão de obra; de educação; fome zero.

Não é fazer só por fazer, muito menos para propiciar receita para empreiteiras.

Como a política desse novo governo preconiza que haja um entrelaçamento entre os ministérios, que os investimentos cheguem à comunidade procedentes da ação de vários ministérios integrados, (uma estrada nova, beneficia o transporte, a agricultura, a saúde). 

Cremos que um investimento que atenda ao pleiteado  congregue recursos já previstos no Orçamento dos Ministérios  envolvidos no propósito.

É visível que um projeto deste está dentro da agenda não somente do Ministério da Cultura, mas também da Educação,

Turismo, e Ministério do Trabalho. Acreditamos que nessas áreas, nos seus respectivos Orçamentos, haja verbas carimbadas aplicáveis num projeto coordenado pelo Ministério da Cultura.

No âmbito do Estado, deve haver interesse tanto na área de educação como na de turismo.

Também devem ser envolvidos os Municípios, as entidades organizadas, os proprietários das áreas que os imóveis estão situados, ou que sejam seus donos.

Na fase de Conselho Nacional do Petróleo, a necessidade de expansão levou a Petrobrás a indenizar várias propriedades nos municípios do Recôncavo Baiano: Candeias, Madre Deus e São Francisco do Conde. Áreas particulares onde outrora estavam edificados Engenhos, com todas os seus estabelecimentos (capelas, casa-grande, senzalas) necessários para manter a sociedade açucareira, foram substituídas por outras edificações condizentes com a nova indústria.

É muito provável, portanto, que a estatal tenha preservado, nos seus arquivos, documentos e fotos das terras indenizadas, cujas edificações e canaviais foram destruídos no avanço da exploração do minério. Ainda encontramos de pé ruínas dentro da área da Petrobrás (Bueiro do engenho S. Paulo, em Candeias e da usina D. João, em S. Francisco do Conde).

Possivelmente outras existem em perímetros mais reservados ou menos acessíveis.

A Petrobrás, portanto, que já participa de vários projetos culturais, tem experiência para dar apoios logísticos, documentais e financeiros nessa proposta.

As empresas telefônicas indenizam ou alugam áreas para instalarem suas antenas repetidoras, colocadas necessariamente em pontos altos. Tanto igrejas como capelas, casa-grande e engenhos estão situados em locais elevados. Seria o caso de uma parceria entre essas entidades, proprietários e órgãos públicos.

Muitas soluções podem surgir da motivação da comunidade, e é fundamental que ela interaja, pois só assim, despertada culturalmente, perceberá outros valores, garantido a permanência e continuidade do serviço.

Nesse mundo de meu Deus, somos mais das vezes movidos pela vaidade. Ele, muito esperto, delega a alguns a capacidade de bem utilizar essa qualidade em prol da maioria.

A televisão, por exemplo, é um veículo que tem uma capacidade incrível de servir-se de certas qualidades do ser humano em favor dos que estão à margem do consumo. Basta uma campanha com estrelas, para que gestos de solidariedade apareçam em socorro do outro, que mais das vezes está distante, enquanto  um seu vizinho com idêntica necessidade não é percebido.

Esta falta de percepção e de motivação se manifesta com mais freqüência quando se referem às coisas inanimadas.  

Uma capela abandonada dentro do canavial, precisa às vezes apenas que juntem duas ou três pessoas, com cal, água e vassoura e, em dois dias, ela fará um contraste lindo com o verde da cana. Nosso crescimento interior não alcançou ainda esse estágio; é preciso que essa qualidade latente seja despertada por quem já  tem aflorado esse sentimento e tem como colocá-lo em prática.

Conclusão

Outros tempos, ações diferentes, as intervenções não devem ser mais as mesmas , as iguais. Se são outros tempos, as consecuções também devem ser mais inteligíveis , mais racionais, obras construídas com abrangência coletiva.

Achamos oportuno que um órgão público ou privado, como a Universidade Federal, a Federação das Indústrias da Bahia ou outra Organização, incentive os proprietários desses Engenhos ou ruínas a criarem um grupo, tipo Associação, visando à recuperação ou estabilização das ruínas

Idéias é que não faltam. Como disse, no início, tudo está ai para ser descoberto. Cabe ao Senhor Ministro da Cultura abusar do convívio, da capacidade, do carisma do poeta e pensador Gilberto Gil e soluções simples, dentro dos limites orçamentários, aparecerão.

Com a mudança, as ruínas  revigoradas, com a participação da comunidade, não somente a imagem será outra, mas também muitos se verão refletidos naquele espelho.

Engenho Pimentel

Casa-Grande

Um resumo de sua história está relatada em “Antigos Engenhos do Brasil” - Editora Nova Fronteira

O estado em que  encontramos, na nossa visita em dezembro de 2002 às dependências do Pimentel, não foi o mesmo registrado pelo pessoal da Editora Nova Fronteira.

Em uma das fotos que fizemos, procuramos no mesmo ângulo  do pessoal da Editora, para através de quantidade de palmeiras imperiais, tamanho de tamarineiros, identificarmos as diferença ocorridas nos dois momentos.

Como a construção tem um bom telhado, as paredes e as pilastras estão em um estado razoável, apesar de se mostrarem rachaduras em algumas pilastras.

Levamos quase uma hora percorrendo as partes internas dos imóveis e não demos com um só “pé de pessoa”, confirmando que, pelo menos na casa principal,  não habita  ninguém.

Sendo os proprietários do engenho Pimentel os mesmos do engenho Caetá, e este estar completamente cuidado, é possível que o abandono de um seja em função assistência que é dada ao outro.

A casa onde ainda está instalada a moenda, com todo os seus equipamentos, serve hoje de curral de animais, onde também estão depositados outras peças da época.

Moenda a Vapor


Engenho Velho de Paraguassu

Colocamos esta foto da capela, retirada do livro Antigos Engenhos do Brasil, da Editora Nova Fronteira, por mostrar no fundo o rio Paraguassu.

Aproveitamos  também seu texto. “A igreja de Nossa Senhora da Penha integra o complexo do antigo engenho Velho do Paraguassu, localizado à margem oriental do estuário do Iguape, próximo à ilha dos Franceses.

Ruinas foto 2002


O engenho já existia no século XVI, sendo citado por Gabriel Soares em 1584, mas a única parte que resta do conjunto é a capela ; as demais, inclusive o antigo sobrado, a segunda casa-grande e a fábrica, encontram-se em ruínas.... A desativação do engenho e a falta de conservação têm acelerado o desmoronamento das edificações remanescentes, com exceção da capela”.


Engenho Cajaíba

Casa do Engenho

Engenho Cajaíba fica na ilha Cajaíba no município de São Francisco do Conde.

Referencias sobre a sua história encontra-se em: Antigos Engenhos do Brasil e Roteiro Ecoturísticos da Bahia - Baia de Todos os Santos, editados respectivamente pela Editora Nova Fronteira 1994 e Pela Secretaria da Cultura e Turismo da Bahia  ano 2000.


O engenho está em boas condições, não está abandonada apesar de no momento não ser utilizado como residência pelos proprietários.

Como a ilha é completamente de solo e vegetação de mangue, seus proprietários estão colocando areia, transportada em saveiros, para criar uma pequena praia, visando provavelmente uma exploração comercial do antigo engenho.

Nossa visita correu em novembro de 2002. As ilustrações, como estão indicadas nas fotografias: Residência principal;

Do tamarineiro onde se vê uma corrente que servia de Tronco de castigo dos escravos;


Do fosso, que tem canal para o mar, onde eram jogados para a morte os escravos e inimigos que contrariavam o Barão de Cajaiba.

Fosso


O engenho Cajaiba, portanto, fica fora do nosso pleito pela  situação em que se encontra. Mas sem sombra de duvida é um grande referencial. 


Engenho D’Àgua

Ccsa-Grande

Na primeira vez que estivemos no engenho, em novembro de 2001, o conjunto era o mesmo constado pelo grupo da Editora Nova Fronteira. Comparando as nossas fotografias com as do livro – Antigos Engenhos do Brasil, nota-se já a ação do tempo. Apesar de encontramos uma família de trabalhador residindo a ocupação era quase para vigiar uma decadente fazenda de cacau. O estado não era mais como estava editado. “Em bom estado de conservação, o engenho d’Àgua e sua capela sobreviveram, para o conhecimento das futuras gerações”.


Na segunda visita, em outubro de 2002, já havia um grupo de operários fazendo serviço de recuperação, era outro proprietário, que estava preparando a fazenda. Acreditamos que a capela, também, faça parte da recuperação. Apesar do Engenho não necessitar de entrar no nosso plano, seria interessante que os órgãos competentes do Estado se fizesse representar neste tipo de recuperação.

A capela na primeira visita, servia para abrigo de cavalos, tal era a quantidade de estrume. Não cremos que a recuperação seja extensiva à capela.

Capela

É inadmissível que uma conjunto arquitetônico, que data dos anos 1600 e tenha chegado em 1994 “Antigos Engenhos do Brasil” “em bom estado de conservação”, na mão de uma mesma família parte da memória da quase nenhuma que temos seja apagada.”Em 1911, os filhos do terceiro barão de São Francisco venderam o engenho a Emídio de Sá Ribeiro”, do mesmo livro.

Engenho São Miguel

Sede da Fazenda Almas

Hoje é Fazenda Almas Engenho São Miguel. Aquela beleza de ruínas plantada no massapê, no meio do gado, rodeada de arvores, no verde do capim arenito, não precisa de muita coisa para que se preserve nesse cenário como um cartão postal. Basta que a engenharia lhes cubra de algum produto incolor que a impermeabilize. Um trabalho de remoção de terra para que aqui ou ali suas alvenarias ressurjam do chão. Cercas em volta de cada uma delas, para protegê-las, não desfiguraria a fazenda pois pareceriam pequenos currais. O mato rasteiro seria substituído pelo capim arenito. Caminhos da casa da fazenda para as ruínas e entre elas, seriam necessário. Quando voltei no mês de setembro, admirada da minha admiração, D. Josefa, mulher do vaqueiro, disse “é porque o senhor não viu lá em baixo quando a maré tá cheia”.

 Lá em baixo era o Trapiche de Almas onde findava o ramal ferroviário da Usina Cinco Rios ligação com o mar, nos idos da fabrica de açúcar do distrito de Maracangalha, ou bem antes nos tempos do São Miguel.

Ruinas- Foto 2002


Engenho Oiteiro

Oiteiro

O engenho Oiteiro, fica la em cima no outeiro do Jacu distrito de Terra Nova. A tendência natural é de que desapareça como o engenho Tarefas, próximo ao Oiteiro. Não existe nenhuma condição de recuperação. Uma alternativa política para mantê-lo neste estagio aventáveis, seria através parceria com uma empresa de telefonia celular, pois a região tem dificuldade de sinal e mais dia menos dia, uma antena deverá ser instalada. A pequena colina será uma boa opção.

Essa imagem ilustrada em  “Antigos Engenhos do Brasil”já mostra uma acentuada deterioração que originou o texto “O engenho desafia o tempo, testemunhando o estabaelecimento açucareiro onde nasceu e morreu o visconde de Oliveira, Antonio Costa Pinto, o ‘ Totonho`homônimo e filho do conde de Sergimirim e sobrinho do visconde de Aramaré, Manoel Lopes Pinto’. 

Instituto Baiano de Agricultura


Instituto Agricola

As ruínas da Escola Agrícola estão localizadas em São Bento das Lages – São Francisco do Conde. Foi fundada em 1859 por D. Pedro II e inaugurada em 15 de fevereiro de 1877, funcionou até 1930. “Com a fundação, em 1859, do Imperial Instituto Baiano de Agricultura, D. PedroII permitiu que as elites econômicas e sociais da província ventilassem suas queixas comuns e procurassem soluções para os problemas econômicos da Bahia.... Antonio Costa Pinto, membro constitutivo do Instituto, foi designado em 1859 para o conselho Fiscal, e, em 1870 tornou-se o presidente ... Inicialmente, a escola deveria localizar-se no Recôncavo. Muitos proprietários ofereceram seus engenhos para abrigar a escola proposta, mas em virtude da natureza controversa do planejamento, selecipnou-se terreno neutro: O Engenho São Bento das Lajes”. Engengo Central do Bom Jardim Eul-Soo Pang


Convento dos Franciscanos do Paraguaçu

Convento dos Franciscano

O conjunto arquitetônico foi construído pelos frades franciscano na segunda metade do século XVII, em total harmonia com a paisagem do lagamaar, próximo às águas da Baía do Iguape, e é um dos conventos mais antigos da Bahia e uma das mais uimportantes expressões da arte barroca... Cais escadarias, terraço, cruzeiro, adro, além da igreja e do convento propriamente dito compõem o monumento arquitetônico parcialmente destruído...Este explendido conjunto foi vendido a paraticulares e depois abandonado”. Roteiro Ecoturistico da Bahia – Baía de Todos os Santos

Paramirim

Paramirim

Nosso primeiro encontro com a comunidade de Paramirim deu-se em novembro de 2001. Já na segunda vez em setembro de 2002, já constatamos a ação do tempo. Um bloco do reboco do rodapé da igreja tinha se desgrudado, pela infiltração da água de chuva. Intervimos deixando uma pequena quantia para compra de cimento com um morador que refez o pequeno estrago. Observamos que em alguns locais a comunidade tem este tipo de cuidado, entretanto não tem recurso mínimo, precisa de uma ação externa.

Igreja do Vencimento

Referencias históricas sobre o antigo engenho estão contidas nos dois cadernos citados anteriormente ( Antigos Engenhos e Baia de Todos os Santos).

Em outras buscas encontramos Paramirim em “Segredos Internos” de Stuart B.Schwartz numa relação de engenhos da Freguesia de S. Pedro do Rio Fundo de 1878. É possível ter havido engano quanto à localização.

O conjunto retratado mostra o nível de abandono em que se encontra.

Nosso pleito não é a recuperação do que resta e sim a sua estabilização; é garantir a sua existência no modo que está.

Acho que é chegada a hora de a Igreja se preocupar também com estas igrejas.

Engenho Passagem

Passagem dos Teixeira é um distrito do município de Candeias. Visitamos em janeiro de 2002 as ruínas do engenho Passagem, memória de um passado bem distante.

No livro Historia de um Engenho do Recôncavo de Wanderley de Pinho, figura sem data a imagem de sua igreja. Nesta época Passagem dos Teixeira pertencia ao município de Salvador.

Entretanto o Engenho já existia no século XVII, segundo relato no livro Arquitetura do Açúcar 98 e 123 da historiadora Esterezilda B.de Azevedo “Pouco se sabe sobre a arquitetura dos engenhos do século XVI. São raros os documentos históricos e vestígios arqueológicos, e não se conhece icnografias que possibilitem uma visão precisa do conjunto ou de algumas edificações do engenho nesse século.

Não obstante a profunda crise da economia açucareira no século XVII a arquitetura das casas-grandes e capelas deste período foi das mais ricas e exuberante do ciclo do açúcar. Entre os remanescentes engenhos com casa capela se fabrica restam apenas o Unhão em Salvador e o Freguesia, em Candeias. Sete deles mantém casa e capela: Passagem dos Teixeira e Pindobas em Candeias, Lagoa em São Sebastião do Passé, Mata em Mata de São João; Santo Antonio em Terra Nova; Campinas em Cachoeira e São Roque em Maragogipe. Outros dois: Cajaíba, São Francisco do Conde e Pimentel, em São Sebastião do Passé conservam casa e fábrica”.

A situação física do engenho não e nem de longe a constatada pela historiadora. E não restará nada se uma providencia for tomada. O risco é de que um governante sem escrúpulo passe um trator derrube o que resta e jogue qualquer coisa por cima.

Independente das ruínas encontramos embaixo das sombras das arvores que lá nasceram, pescadores jogando dominó e tomando sua cachacinha.

O conjunto de ruínas, estabilizado poderia compor uma praça, o que não seria muito para um município como Candeias, situada dentro  da região de petróleo, que lhe proporciona excelente arrecadação.

Engenho São Miguel

Localizada na margem esquerda da Br 324 Salvador/ Feira de Santana, entre as entradas de Terra Nova e Usina Aliança, próximo do Km 538, a capela de S. Miguel, perdida no canavial, é o que resta do engenho S. Miguel.


Está relacionado, no relatório das Freguesias, elaborado no ano de 1757, fazendo parte do grupo de engenhos da Freguesia de Nossa Senhora da Purificação de Santo Amaro do Recôncavo da Bahia. O local, hoje pertence ao município de Amélia Rodrigues.

A situação da construção é estável. Um carro Pipa, algumas vassouras, dois ou três galões de tinta branca e ela estaria nova.

O ideal é uma alvenaria de contenção, afastada dois ou três metros lateralmente e cinco de frente. Com isso teríamos uma boa área externa, e seu alicerce protegido. Poderia fazer parte do roteiro de quem vai para o Milagre de São Roque. A participação do pessoal da Terceira Idade de Amélia Rodrigues e Terra Nova no feito, seria muito boa, pois estaria envolvendo grupos organizados da comunidade, que poderiam pensar como utilizar a relíquia.

Engenho Brotas

Engenho Brotas

O que resta do engenho é a ruína do bueiro e provavelmente alvenarias demarcando casa-grande e a própria fábrica. Está localizado, também como o Engenho S. Miguel no lado esquerdo na beira da Br 324, no inicio da ladeira da Embira, no sentido de Feira de Santana.

Se fôssemos culturalmente preservadores, os proprietários, ou mesmo o governo municipal, já teria limpado a área, criado um pequeno acesso, construído qualquer proteção, em volta para destacá-lo, facilitando visitas.

O engenho Brotas pertencia a freguesia de São Pedro do Rio Fundo; hoje suas terras ficam dentro dos limites do município de Amélia Rodrigues.

O desprezo que mostramos por essas provas de uma faze da economia do Brasil, apesar dos seus poucos trezentos anos, não deve se perpetuar. Precisamos ser despertados para isso, cabe às cabeças pensantes, reverterem essa tendência com os recursos da comunicação que temos, inclusive colocando-as à disposição das escolas que são pontes para a ligação entre o passado e o futuro.  

Do outro lado da pista rodoviária, palmeiras imperiais, outro marco da faze inicial da industrialização da cana de açúcar, se mantém garbosamente dentro da restinga.

Rio Fundo

matriz do Rio Fundo

Quando em 1718 foi criada a Freguesia de São Pedro de Itararipe e Rio Fundo, desmembrada das Freguesias de Nossa Senhora do Monte e da Nossa Senhora da Purificação da Vila de Santo Amaro, tinha a mesma, quase vinte engenhos,  conforme informações retiradas no Arquivo Publico “Guia de Secção Colonial e Provincial Livro 609 paginas 90 e 93.

A historia da matriz, sua edificação é também mostrada em “Segredos Internos” de Stuart Schwartz página 227 ... “Em 1709 casou-se com uma cunhada, filha do senhor de engenho Jerônimo Muniz Barreto. Com o casamento, Lopes Fiúza tornou-se proprietário de Engenho de Baixo, em Paramirim; tempos depois, comprou o Engenho São Pedro de Tararipe, situada onde mais tarde seria a paróquia de Rio Fundo.”

Hoje Rio Fundo é um distrito do município de Terra Nova. As paredes que restaram da matriz, precisam ser estabilizadas, seu espaço interno (pois já não tem telhado) ser aproveitado com alguma coisa útil para a comunidade, tipo um centro cultural, uma oficina de costura.

É muito importante que esta página da historia do Recôncavo não seja totalmente rasgada. Com alguns remendos ainda se lê bastante informe.

É muito importante também que se aproveito o momento, em que no poder dispõe de pessoas sensíveis para estas causas.

Os governantes, com raras exceções, em qualquer nível, principalmente municipal, cometem atos no mínimo insensatos em relação a uma quase inexistente memória do passado histórico do município, trocando nomes de ruas e imóveis públicos, que homenageavam médicos, políticos, professores, pessoas comuns, que se dedicaram á sua, enfrentando as maiores dificuldades, comunidade, por nomes de políticos de plantão, que mais ignorantes ainda aceitam essas homenagens em troca de liberação de verbas. Estes atos além de insensatos, contrariam sempre as leis pois homenageiam pessoas vivas(pai, mãe, filhos) que nem sabem em que “norte”está o município.

Uma forma de ajudar essa comunidade calada desses atos autoritários, é aproveitar esse momento com uma política de preservação suas arquiteturas, de sua memória.

Este texto se encaixa em quase todos os municípios da Bahia entretanto o grito é para o nosso Recôncavo berço de nossa terra.

Engenho Santo Antonio


Capela Sato. Antonio do R. Fundo

Quando tratamos do engenho Passagem transcrevemos um trecho da escritora Esterezilda sobre as construções erguidas no século XVII e que chegaram até nossa época . O engenho Santo Antonio foi um dos poucos que resistiram com casa e capela. Está em bom estado, porém a capela precisa de cuidados, pois está fechada sem a devida assistência.

O engenho Santo Antonio está localizado em Rio Fundo distrito de Terra Nova. Acreditamos que se fosse despertada uma organização local ( Pessoal da Terceira,  Idade por exemplo) uma conversa com o proprietário dando utilização à capela que ainda existe, com uma missa, pelo menos, uma vez por ano, em comemoração ao santo padroeiro.


Usina Terra Nova anos 50

É muito importante que esta página da historia do Recôncavo não seja totalmente rasgada. Com alguns remendos ainda se lê bastante informe.

É muito importante também que se aproveito o momento, em que no poder dispõe de pessoas sensíveis para estas causas.

Os governantes, com raras exceções, em qualquer nível, principalmente municipal, cometem atos no mínimo insensatos em relação a uma quase inexistente memória do passado histórico do município, trocando nomes de ruas e imóveis públicos, que homenageavam médicos, políticos, professores, pessoas comuns, que se dedicaram á sua, enfrentando as maiores dificuldades, comunidade, por nomes de políticos de plantão, que mais ignorantes ainda aceitam essas homenagens em troca de liberação de verbas. Estes atos além de insensatos, contrariam sempre as leis pois homenageiam pessoas vivas(pai, mãe, filhos) que nem sabem em que “norte”está o município.

Uma forma de ajudar essa comunidade calada desses atos autoritários, é aproveitar esse momento com uma política de preservação suas arquiteturas, de sua memória.

Este texto se encaixa em quase todos os municípios da Bahia entretanto o grito é para o nosso Recôncavo berço de nossa terra.


Ano 2 0 0 3

fonte = http://www.bangue.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=169:ruinas&catid=35:revista-eletronica&Itemid=18

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